The Walking Dead
– TWD, para os íntimos – foi, à sua
época, uma das séries com mais fans em toda a história da televisão mundial.
Milhões,
espalhados pelo mundo todo, esperavam pela estreia de um episódio.
A despeito de
todo o sucesso retumbante que atingiu, a série veio a ser a primeira a ser abandonada por sua própria comunidade, um
feito verdadeiramente inédito, não se tem registro do mesmo ocorrendo nos
mesmos termos no mundo, em nenhuma época..! E por que isso aconteceu? Porque,
infelizmente, a série enveredou por caminhos e limites que não deve. Os
escritores, roteiristas, show-runners, todo o staff televisivo, já está
acostumado – muito mal acostumado, aliás – a fazer pouco do telespectador, que,
com toda a sua confiança, é quem lhes garante audiência e lhes dá seu ganha-pão
diário. É comum fazerem péssimas escolhas, e com narrativas pífias, muitas
vezes por briguinhas infantis e desentendimentos internos, arruinarem
completamente as maiores galinhas-de-ovos-de-ouro. São uns indecentes. Isso
todo mundo sabe. Mas o que houve com TWD não tem nome. É indizível, e olha que
ainda está acontecendo. Esta coisa, este ataque acintoso, ainda está no ar –
embora algumas fontes digam que já estão pensando em fazer um ‘final honroso’
para a coisa, se é que isto é possível neste caso em específico.
A série vinha
adaptada de um comic muito vitorioso, bastante cultuado e bem-aceito. Como
falhar, como fracassar quando já se tem uma ‘banda desenhada’ como norteador, e
ninguém tem um Esboço Sequencial que fosse uma ajuda tão boa à equipe..! Era
impossível perder.
Logo nas primeiras temporadas puseram os zumbis em segundo
plano, e a estrela do espetáculo, desta vez, eram os sobreviventes, e não os
monstros mortos-vivos.
Tinham mais
tempo para trabalhar do que muitos filmes tiveram ou têm, e mais orçamento e
apoio do que muitos filmes tiveram ou têm para se focarem na história.
Mantinham-se
através de seus personagens, que são sobreviventes, e seus conflitos – os
conflitos internos e externos para os personagens lidarem, os dilemas morais
entre os indivíduos e suas comunidades e modo de vida – ou de sobrevivência –,
os vilões e heróis são gente a tentar sobreviver, e que, rapidamente, sentem-se
a perder sua própria humanidade.
Tratava-se de
outro plano de narrativa para este gênero – para alguns ainda um subgênero –
que se encontrava um pouco esgotado. Deveriam ter percebido que o gênero não
passava de subgênero para tantos e estava esgotado exatamente por conta dos
excessos cometidos com narrativas engraçadinhas, as tentativas de parecer
dramático demais ou as comicidades completamente sem-graça, antes de
enveredarem por este caminho sem volta.
Com um caminho
que parecia mais do que auspicioso à sua frente, a série seguia rumo a se
tornar uma das maiores realizações da história da televisão, e sua maior
obra-prima. E este panorama se manteve durante mais uma temporada, e com a
terceira temporada, introduziram um vilão – o autodenominado Governador.
E também havia outra
comunidade, outro grupo de sobreviventes concorrendo com os heróis, etc., era algo
que, na época, até que parecia ser necessário, além de estarem a seguir mais ou
menos fielmente os passos do comic, em uma adaptação correta, era o que seria
de se esperar.
Quando já se tem
seu próprio Esboço Sequencial vitorioso – a revista, em formato comic – é só
segui-lo, qual o problema? Por que o orgulho desbaratado? Inventaram até uma
desculpa falsa, que fizeram circular pela imprensa e fóruns de fans, dizendo
que ‘ a revista tinha um teor muito forte’ e que por isso, iriam precisar
mexer... o quê?!? LIARS!!!
Essa era primeira leva de mentiras que empurraram
para então empurrarem péssimas adaptações e histórias e desenvolvimentos,
direções, etc. assim foi que começaram a estragar tudo – com um falso álibi
cheio de falso moralismo que nenhum asno foi idiota o suficiente para crer. Mas
que, assim mesmo, continuava-se a ver. A série atingiu seu ponto mais alto, até
a terceira temporada, mas a partir da quarta temporada tudo começa a se danar
com D maiúsculo.
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